O que são Cardiomiopatias?
Cardiomiopatias são doenças que acometem o músculo cardíaco, chamado miocárdio. Há cardiomiopatias mais frequentes em gatos, enquanto outras são mais comuns nos cães.
Cardiomiopatias em gatos
A Cardiomiopatia Hipertrófica é a doença cardíaca mais comum em gatos. Em algumas raças, como Maine coon, Ragdoll, Norueguês da Floresta e Persa, já foi demonstrada predisposição genética para seu desenvolvimento e, por isso, não é recomendado que os animais afetados se reproduzam.
A doença é caracterizada pela hipertrofia do músculo do ventrículo esquerdo, ou seja, há espessamento da parede do ventrículo esquerdo e/ou do septo interventricular (estrutura que separa o ventrículo esquerdo do direito). Como consequência dessa hipertrofia, a cavidade ventricular esquerda diminui de tamanho, comprometendo a sua capacidade de receber o sangue vindo do átrio esquerdo. Com o tempo, o átrio esquerdo vai aumentando de tamanho para comportar o sangue que o ventrículo esquerdo não conseguiu receber. Além disso, costuma haver insuficiência da valva mitral como consequência das alterações anatômicas do coração, a qual também promove aumento do átrio esquerdo e intensifica o quadro congestivo.
O átrio dilatado favorece a formação de trombos (coágulos) em seu interior, os quais podem ser desprender e ganhar a circulação sanguínea, resultando em uma complicação grave chamada tromboembolismo arterial , cuja característica mais comum é a paresia súbita dos membros pélvicos (traseiros).
É importante salientar a muitos gatos com problemas cardíacos não apresenta sinais clínicos aparentes. Assim, o exame ecocardiográfico é a forma mais eficaz de diagnosticar a cardiomiopatia hipertrófica, sendo recomendável realizá-lo preventivamente antes dos 6 anos em gatos de raças predispostas e após os 10 anos em gatos de outras raças.
Além disso, é importante considerar que algumas afecções sistêmicas podem mimetizar as alterações características da cardiomiopatia hipertrófica, dentre as quais destacam-se a hipertensão arterial sistêmica e o hipertireoidismo. Por fim, além da cardiomiopatia hipertrófica, os gatos também apresentam cardiomiopatia restritiva, cardiomiopatia dilatada (normalmente associada à deficiência de taurina na dieta), cardiomiopatia não classificada e cardiomiopatia arritmogênica.
Para auxílio no diagnóstico das cardiomiopatias felinas, são necessários exames como ecocardiografia com Doppler, por exemplo – uma tecnologia que possibilita avaliar a morfologia e função do coração, bem como quantificar a velocidade do sangue através das diferentes estruturas cardíacas, além da velocidade do tecido miocárdico (Dopper tecidual) para melhor avaliar a função diastólica.
Por Giovana Laís Ruviaro Tuleski, DVM, MS fonte: Hospital Veterinário UFPR, http://www.cardiovet.ufpr.br/cardiomiopatia.html
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