Um felino assustado, que antecipa e imagina uma situação de perigo iminente, revela um medo injustificado. Como a ameaça não é real, o animal não consegue resolver a situação e, por isso, desenvolve reações anômalas de ansiedade para reduzir a tensão emocional.
As situações imprevistas constituem uma fonte de stress para o gato
O animal interpreta qualquer ocorrência fora do comum (ex. a chegada de um novo animal) como um potencial perigo, manifestando o seu estado de stress através de sintomas de ansiedade mais ou menos acentuados:
– Sinais orgânicos: o gato treme, respira de modo ofegante, apresenta as pupilas dilatadas (midríase), lambe os lábios com frequência e engole a saliva; por vezes ocorrem episódios de diarréia ou vômitos.
– Sinais comportamentais:
• pode tornar-se irritável ou agressivo
• adota frequentemente uma postura agachada, com a cauda baixa ou recolhida sob o corpo e as orelhas viradas para trás
• parece estar sempre alerta e reage ao menor estímulo
• desloca-se de modo hesitante, com precaução e paradas constantes
• foge ou procura esconderijos
• mostra-se hiperativo em casa
• segue o proprietário, miando para chamar a atenção
Um estado de stress contínuo afeta o comportamento do gato
Se o gato antecipar constantemente ameaças, o stress torna-se crônico e evolui para ansiedade, com as seguintes manifestações:
– Modificação do comportamento alimentar: o animal passa a comer menos ou mais (bulimia), ou a ingerir qualquer coisa, mesmo substâncias não comestíveis (fenômeno denominado “pica”).
– Aumento do comportamento de demarcação: realiza suas necessidades fisiológicas em locais não habituais e arranha diversas zonas da casa (por exemplo, os móveis)
– Alteração do relacionamento social: esconde-se com maior frequência, mostra-se menos sociável ou tem acessos de agressividade inesperados.
– Modificação da atividade: brinca menos, dorme durante mais tempo, diminui os cuidados de higiene
– Comportamentos compulsivos: lambe-se constantemente; puxa, mastiga ou arranca os pêlos; corre em círculos, persegue a própria cauda, mia de modo intenso e repetitivo.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
Qual é a diferença entre medo e ansiedade no gato?
O medo é a reação fisiológica imediata a uma situação de stress. Mobiliza as reservas de glicose (energia disponível), acelera o ritmo cardíaco e respiratório (oxigenação dos músculos). Assim, o medo leva o animal fugir ou a lutar para eliminar a causa ansiogênica, o que constitui um resultado positivo. Em contrapartida, se o perigo for imaginário, o animal não pode fugir nem eliminar o problema: por isso os comportamentos ansiosos resultantes de um stress crônico não têm qualquer efeito positivo para o gato.
Que manifestações permitem ao proprietário detectar o stress crônico do gato?
Um gato estressado nunca exibe todos os sintomas de ansiedade simultaneamente, por isso é importante observar: 5
– O modo como o animal se movimenta: quando se dirige ao proprietário, ao comedouro ou a qualquer outro objeto – mostra-se menos confiante, hesita e sobressalta-se facilmente?
– A forma de repousar: um gato relaxado reclina-se sobre os flancos ou dorso, com as patas e cauda alongadas, enquanto que um felino ansioso se deita sobre o ventre, agitando a ponta da cauda, com os olhos abertos e as orelhas viradas para trás, músculos em tensão e as pupilas mais ou menos dilatadas.
– Atividades rotineiras: alterações frequentes da ingestão alimentar, pelagem em mau estado, com nós e pêlo eriçado, apesar do gato se lamber constantemente (indicando que não o faz por cuidados de higiene).
– Tipo de vocalizações: o miar constante pode significar dor, contrariedade ou depressão (gato de idade avançada). Em geral, os miados de stress caracterizam-se por um timbre muito agudo.
fonte: Royal Canin
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