Engasgar, chacoalhar a cabeça e rebolar são exemplos de sinais que podem indicar algum tipo de dor. Confira se seu animalzinho não está sofrendo em silêncio.
Eles não reclamam, dificilmente choram e nunca apontam onde está o incômodo. Infelizmente, isso não significa que o melhor amigo do homem seja imune à dor. “Muitas vezes, o dono só percebe que há um problema depois de o animal passar vários dias sem comer, o que significa que a dor já atingiu um nível intenso”, explica a veterinária Fernanda Fragata.
Além de evitar o sofrimento prolongado, o diagnóstico precoce só traz benefícios. Afinal, é mais fácil e eficiente tratar doenças em estágio inicial, associando medicamentos a sessões de fisioterapia ou acupuntura. E, assim como acontece com os seres humanos, não há bom humor que resista à dor crônica. “Uma dor de dente, por exemplo, pode ser a causa do temperamento agressivo, e o tratamento pode revelar um novo animal, mais dócil ou brincalhão”, diz o veterinário Eduardo Schmidt.
A dor também pode ser sazonal: as baixas temperaturas, por exemplo, aumentam a sensibilidade à dor, em especial quando sua origem está nas articulações. Portanto, para evitar que os cãezinhos sofram em silêncio, é importante ficar atento aos sinais que eles enviam quando algo está errado. Além dos sintomas genéricos que indicam que algo está errado, como apatia, tremor e falta de apetite, há outras manifestações sutis de dor que podem indicar problemas específicos.
Como identificar se seu cão está sentindo dor:
1 – Esfregar a pata no rosto
O gesto repetido várias vezes ao longo do dia dá a impressão de que o animal acaricia o próprio focinho ou tenta remover um cisco dos olhos
O que pode significar: a suspeita é de um problema nos olhos, como conjuntivite ou doença do olho seco, em que a falta de lubrificação ocular causa lesões na córnea. O tratamento, nesse caso, é feito à base de colírios. O hábito pode representar ainda excesso de tártaro, que provoca dores na gengiva e nos dentes ou fraturas dentárias – sim, os animais também são submetidos a dolorosos tratamentos de canal. Na pior das hipóteses, a explicação pode estar em um tumor na laringe, boca, palato, glote ou língua
2 – Tossir – ou engasgar
A tosse do cão é comumente confundida com um inocente engasgo, mas uma doença mais grave do que um simples resfriado pode estar por trás do gesto.
O que pode significar:
Gripe canina – Causada pelo vírus da parainfluenza canina ou por uma bactéria chamada Bordetella, a gripe canina é mais comum em locais com grande concentração de animais, como canis e hotéis de mascotes, e nos períodos de clima frio e seco. Sem tratamento, pode evoluir para uma grave pneumonia;
Bronquite – A tosse de origem alérgica surge em decorrência de predisposição genética. O tratamento inclui o uso de broncodilatadores, anti-histamínicos e corticoides, mas as medidas preventivas são fundamentais. Para evitar o contato com o agente alergênico (poeira), nada de deixar o cãozinho em ambientes com carpetes, tapetes e cortinas ou em obras;
Colapso da traqueia – A flacidez resultante da fraqueza dos anéis cartilaginosos em cães idosos de pequeno porte provoca o estreitamento das vias respiratórias. O cãozinho sente falta de ar e, durante uma crise, pode até desmaiar;
Doença cardíaca – A causa mais frequente de problemas cardíacos em cães é a insuficiência da válvula mitral, em que o desgaste de uma válvula cardíaca provoca o aumento do coração – que passa a comprimir a traqueia e, assim, afeta a respiração. Nesse caso, a frequência da tosse ajuda o veterinário a controlar as doses dos medicamentos
fonte : Veja / fotos: Veja / Thinkstock
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